O Renascimento foi um movimento cultural surgido em Itália no século XV e que, recusando as concepções teocêntricas medievais passa a colocar o Homem no centro de todos os interesses e o seu bem-estar passa a constituir a principal preocupação. A principal característica filosófica do Renascimento é assim a passagem do Teocentrismo que considera Deus como o centro do Universo para o Antropocentrismo que coloca o Homem como o centro do Universo. Apesar de revolucionária no período em que surge, esta concepção da vida não era completamente nova pois já a antiga civilização greco-romana defendia a liberdade e dignidade do Homem procurando criar o "Homem ideal" do ponto de vista cívico, intelectual e físico. É devido a este "renascer" da cultura clássica que se dá o nome de Renascimento. A esta valorização do Homem através da imitação dos modelos clássicos greco-romanos é dado o nome de Humanismo.
Além dos aspectos mais filosóficos, o pensamento renascentista estendeu-se também à literatura e às artes. No caso da literatura, este foi o grande veículo de transmissão dos ideais humanistas do Renascimento. Alguns dos escritores renascentistas que mais se destacam são os italianos Pico della Mirandola e Baltazar de Castiglione, autores de "Sobre a Dignidade do Homem" e de "O Cortesão", respectivamente, o inglês Tomas Moro, autor de "Utopia" e finalmente, o mais influente de todos, o holandês Erasmo de Roterdão, autor de "O Elogio da Loucura".
Nas artes, o Renascimento trouxe à regeição o estilo gótico medieval de profunda inspiração religiosa, substituindo-o por um novo estilo que faz a fusão entre elementos pagãos de inspiração clássica e elementos religiosos e da vida quotidiana. Alguns dos principais vultos das artes Renascentistas foram os italianos Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Rafael, Donatello e Botticelli, os flamengos Van Eyck, Jerónimo Bosh e Brueghel e ainda o espanhol El Greco. Em Portugal destacam-se Nuno Gonçalves (o presumível autor dos paineis de S. Vicente) e Grão Vasco.